25.9.13

A few of my favorite things...

           
          Adoro vento – desde sempre. Vento traz lembranças, cheiros, sentimentos.  Vento também leva embora desgostos, tristezas, angústias. Vento é tudo de bom.

          Acordar de madrugada nunca é agradável. Mas acordar de madrugada com o vento balançando as cortinas e espalhando pela calada da noite o ar gelado mas ainda assim convidativo - com aquele jeito arrebatador que só o vento tem - é maravilhoso.

          Essa madrugada acordei com o vento me chamando. Aqui em casa sempre que ele vem nos visitar chega com força. Não vem com a delicadeza de uma brisa calma, mas avassalador como beijo roubado. Vem convidativo, como que me chamando para espiar lá fora e sentir, de peito aberto, o que de bom o novo dia vai trazer. Morar em um andar mais alto, em dias de ventania, é um privilégio. Levantei, e como que empurrada pela força de várias pessoas, fui aos poucos carregada até a sala, onde as janelas que foram deixadas abertas na noite anterior  diziam ao convidado especial: Seja bem vindo! E o convidado  entrou,  sem cerimônia, tomando conta da sala, dos quartos, de cada aposento. O barulho que fez ao me receber soava como um lamento, mas para mim era uma canção. Depois de alguns minutos parada, como se ainda despertando dos sonhos, meu corpo envolvido pelo abraço do vento, pedi desculpas a ele e fui fechando as janelas, uma a uma, para que as crianças não acordassem assustadas com o barulho das portas batendo.

“Vento solar e estrelas do mar
A terra azul da cor de seu vestido
Vento solar e estrelas do mar
Você ainda quer morar comigo?”

          Poesia – vento também traz. Nostalgia gostosa, pensando em no  show delicioso do Lô Borges no Parque Lage, há muitos anos, quando ainda adolescente  sob um céu estrelado, me deixei levar pelas palavras suaves de um mineiro travesso e o som de um violão apaixonante.

          E nessa miscelânea de pensamentos, versos, lembranças e devaneios, despertei pro dia. Cheiro de café coado na hora, janelas abertas novamente e o amigo vento, varrendo a casa a sua maneira. Prenúncio de um dia lindo de primavera! 

          Outra coisa que me faz feliz assim, à toa – panquecas. Tradicionalmente aqui em casa são servidas todos os domingos. Domingo sem panqueca não é domingo.  Sabe aquela música da Adriana Calcanhoto - “Amor sem beijinho, Bochecha sem Claudinho, sou eu assim sem você. Circo sem palhaço, namoro sem amasso, sou eu assim sem você” . Pois é – aqui em casa é assim – domingo sem panqueca não é domingo. As crianças vão acordando uma a uma, e se sentando ainda usando pijamas na mesa da cozinha, sentindo o cheirinho da calda de chocolate e aguardando ansiosamente a pilha de panquecas fofinhas ser colocada na mesa. 

          Algumas coisas simplesmente me fazem bem, só de pensar nelas. Vento, cheiro de grama recém cortada, cheiro de chuva, banho de chuva em Belém no meio de um dia quente de verão, Tim Maia, entardecer na praia, sorriso de criança e gargalhada gostosa de bebê, massagem nos pés e beijo no pescoço. Tanta coisa que faz bem, só de pensar.  A few of  my favorite things... Panqueca com calda de chocolate é uma dessas coisas...e vento também! E apesar de não ser domingo ainda, um dia de vento como esse, merece panquecas para que fique ainda mais especial.
         
           Os vídeos de hoje tem duas músicas que me deixam em estado de graça.  Impossível se entregar a tristeza, monotonia ou frustração depois de ouvi-las. Escuto os primeiros acordes e já estou dançando no meu coração e aos poucos a energia  sai do músculo pulsante, passa em ondas eletrizantes para meu cérebro que não demora a dar as ordens para que meu corpo se mexa desordenadamente, enlouquecidamente e apaixonadamente. Jason Mraz contagia e transpira essa energia e swing irresistível. Quem sabe faz ao vivo...

 

          E é nessa dança que começo o meu dia – embalada ao som dessas músicas magicas e empurrada pela força milagrosa e swingada do vento. Aquelas músicas que te enchem de coragem, alegria, entusiasmo, coisas boas. Que fazem com que as coisas ruins simplesmente desapareçam – ainda que por pouco tempo. Mas quase sempre têm um efeito mais duradouro e viram seu dia de ponta a cabeça fazendo tudo ficar mais colorido. Espero que seja assim pra você também. Bom dia!




12.5.13

Dia das Mães!



           Várias vezes eu escutei: você só vai passar a entender seus pais quando tiver seus próprios filhos. Fato. Digo mais, pelo menos no meu caso, agora que tenho  06 pimpolhos, garanto que entendo minha mãe como nunca. 

          Entendo os momentos de preocupação até que eu voltasse para casa depois de uma festa – muito embora eu soltasse sempre a pérola:  “ Não se preocupe mãe, daqui a pouco estou aí”. E olha que na minha época não tinha celular! Aflição garantida até que eu colocasse o pé em casa. Momentos em que ela, como quem não queria nada, perguntava quando me via assistindo Sessão da Tarde: “Amanhã você não tem prova minha filha?” E eu respondia: “Tenho sim mãe, mas é a mesma matéria do teste e eu já estudei tudinho em detalhes”. Momentos em que, depois de me ver tirando 14 diferentes blusas do armário, 03 calças e 01 saia e no final escolher um vestido, tentando manter a calma ela dizia: “Filha, você pretende guardar essas roupas que não vai usar quando?” Só para ouvir: “Não esquenta mãe, quando voltar eu guardo tudinho”. E, é claro que, não acreditando em uma palavra que eu disse, depois que eu saía ela pacientemente entrava no campo de batalha que era meu quarto e carinhosamente arrumava as peças de volta no armário.
 
          Agora vejo minha vida em flashback e entendo minha mãe enquanto enfrento os mesmos problemas, preocupações e desafios ao educar meus filhos. Frases que eu ouvia ontem, hoje me pego repetindo: "Você não é todo mundo" "Leva o casaco" "Vai lavar seu prato" "Eu não sou sua empregada" "Quem vai?" "Desliga essa televisão" "Vem comer antes que esfrie" "Arruma seu quarto" "Toma cuidado" "Qualquer coisa me liga" "Já fez dever de casa?" "Vai dormir que amanhã tem aula" "Vê se não chega tarde" "Já avisou seu pai?"" Tira esse pijama minha filha, que já são 3 horas da tarde!" e por aí vai.

          Mas passo também pelas mesmas alegrias – alegrias imensas que o tempo não apaga. Momentos que hoje, relembro com alegria e conto vez após vez para meus filhos que dizem meio entediados: “Mãe, você já me contou essa história.” “Não faz mal meu filho, um dia quando você tiver seus filhos, você vai entender”.


          A doçura desse Dia das Mães é a que eu vou levar de presente para minha mamãe: um bolo delicioso de côco – molhadinho, fofinho e doce na medida certa. Sem cobertura, sem recheios mirabolantes escorrendo, sem frescuras mas não com menos sabor e carinho. Bolo de bolo como dizia minha avó - simples e perfeito como amor de mãe, que não precisa de mais nada para ser delicioso. Bolo simples assim – bolo de vó. Ou será bolo de mãe? Mãe que hoje em dia é avó – a mãe e avó mais açucarada do mundo. Te amo mãe!


           E o vídeo de hoje tinha que ser do John Mayer – Daughters. Aí você me pergunta: porque tinha que ser? Porque essa canção fala de filhas que se tornam mães. E porque a minha filha gosta muito dessa música também. Ou será só porque sou uma fã incondicional do John Mayer? De qualquer forma, esse é o vídeo do cardápio de hoje. E tenho certeza de que mães e filhas ficarão juntas até o final para degustar cada pedacinho do vídeo e ouvir essa voz calmante do John Mayer. 

          E afinal hoje eu posso escolher o vídeo que quiser, simplesmente porque hoje é meu dia também né? 



          Feliz Dia das Mães!



31.10.12



Somewhere over the rainbow…  


          Eu  A-DO-RO filmes clássicos – tipo "Cantando na Chuva", "Mary Poppins", "A Noviça Rebelde". Não me canso de assistir. Parece que foram criados por um mágico que caprichosamente derramou um pó de pirlimpimpim  e fez com que todos que os assistissem ficassem completamente hipinotizados, do início ao fim do filme. 

          Me lembro das matinês no domingo de manhã com meu pai, que levava minha irmã e eu para o cinema enquanto minha mãe preparava o almoço sempre especial de domingo. Alguns filmes eu cresci assistindo repetidas vezes - como "Cantando na Chuva" - e outros além de assistir eu decorava a trilha sonora, como a "Noviça Rebelde". Nós tínhamos o disco do filme em casa e ele quase furava já que não saía da vitrola. Apesar de ainda não saber falar inglês as músicas acabavam por me transportar para o universo do filme uma  vez mais, e eu vivia as aventuras da Família Von Trapp na minha imaginação.

          Mas de todos os clássicos, o meu favorito é o "Mágico de Oz". Acho que é o favorito porque eu aprendi a gostar; foi um processo de conquista – pouco a pouco. No início eu não gostava – tinha medo da bruxa verdíssima, nariguda, malvada e assustadora como toda bruxa deve ser. Depois chorava que nem uma manteiga derretida por causa do leão covarde. E assim, de fase em fase da minha vida, fui aprendendo a gostar daquela história fantástica. E como tudo o que é conquistado é mais gostoso, hoje o "Mágico de Oz" guarda um cantinho especial nas minhas lembranças de criança. 

            Para mim algo que realmente impressiona acerca deste filmes é a incrível capacidade que eles tem influenciarem gerações de expectadores, das mais variadas faixas etárias. Ainda hoje meus filhos amam programar uma sessão pipoca assistindo estes filmes de 40, 50 e até 70 anos atrás - como é o caso de "O Mágico de Oz", lançado em 1939. A magia é a mesma, como se eles tivessem sido lançados este semana nos cinemas. Hoje, dia 31 de outubro - Halloween - é o dia de assistir "O Mágico de Oz" aqui em casa, para celebrar o Dia das Bruxas. É claro que hoje a bruxa malvada do oeste com sua cara verdolenga  já não assusta mais, mas a gente se diverte muito citando as frases dos personagens - várias já decoradas pelas crianças - e cantando as canções que fizeram história. Um dos ícones deste filme é a canção “Over the rainbow”. É uma canção para se ouvir com o coração – aliás, é uma canção para ser sentida mais de que tudo. Transmite uma paz, uma pureza, uma simplicidade – que nem aquele cheirinho de roupa lavada tirada da gaveta sabe? -  e, sobretudo o sentimento maravilhoso de que sonhos podem se tornar realidade. E quem não tem sonhos que deseja alcançar? Sonhos de criança, sonhos secretos, sonhos impossíveis, sonhos compartilhados. 

          Este último final de semana a Maria Fumaça participou de um momento de sonho, muito especial mesmo. Foi o aniversário da princesa Isabela – uma senhorinha linda, que completou 01 aninho de vida e nós cuidamos de cada detalhe desta festa.

 A Isabela,que um dia ainda era só um sonho no coração de seus pais, hoje ela é real e está começando sua caminhada pela vida, e vai a cada dia aprender a viver seus próprios sonhos. 
No domingo de céu azul daquele aniversário, os  sonhos foram cor de rosa. Mas desejamos à Isabela sonhos de todas as cores – das cores do arco-íris. 

          Colocamos aqui algumas fotos, mas naquele dia nada era mais lindo do que o sorriso de felicidade e os olhinhos sonhadores da Isabela. Ela não entendia muito tudo o que estava se passando a sua volta, mas sentia o carinho dos amigos, os afagos carinhosos dos pais e todo o amor que a envolvia. Que seja assim por toda sua vida Isabela!

          O vídeo escolhido não podia ser outro: o original de 1939 da Judy Garland cantando “Somewhere over the rainbow” E pensar que esta canção quase ficou fora do filme, não fosse pela insistência do produtor. Clássico imperdível! 




          Tenham um lindo dia, cheio de sonhos realizados pra você!


        

26.9.12


       

 Primavera

       Depois de um inverno digno de verão, chegou a primavera! Cada estação tem seus encantos, mas a primavera sempre foi mágica pra mim. Quando pequena morava em um bairro bucólico no Rio de Janeiro, onde os quarteirões largos eram formados por casas de cores  e estilos variados e pontilhados por fileiras de árvores  que, aos meus olhos de criança, pareciam infinitas. Durante a primavera as ruas ostentavam um luxuoso tapete de flores e uma festa de perfumes – um espetáculo que eu admirava com  paixão.

       Eu lembro meu caminho para a escola, segurando a mão da minha mãe, e parando a cada dois passos para apanhar uma flor caída. Uma era para colocar no cabelo, outra para a professora, e ainda outra para guardar com carinho entre as páginas de um livro. – Porque as flores têm que secar e não podem durar para sempre?  –  eu pensava. - Como uma coisa tão bela pode durar tão pouco! Os aromas que a flores exalavam marcaram minha infância e até hoje o perfume de algumas delas – com a dama da noite, por exemplo – são cheiros familiares que me transportam aos dias de ensolarados de primavera na minha infância.

       Primavera traz tanta coisa boa: vestidos de florzinhas e rendas, temperaturas amenas e céu azul durante o dia com noites calmas e enluaradas, pés descalços na grama macia, buquês e sorrisos de noivas, dias especiais como o aniversário da melhor amiga e dias festivos como o Dia das Crianças. Tanta coisa boa junta – primavera,  seja bem vinda!

       Assim como imagens e aromas nos transportam para momentos inesquecíveis, os sabores me fazem viajar. Para celebrar a primavera e sua chegada gloriosa, pensei em algo delicado – na aparência e no sabor – colorido e irresistível – os macarons. 

       A origem dos delicados macarons não é muito clara, mas muitos acreditam ser de origem italiana, sendo levados para a  França na bagagem dos chefs da rainha consorte Catarina de Médici – casada com Henrique II, rei francês. Como todo doce que se preze tem que ter uma curiosidade interessante, diz a lenda que os macarons começaram a fazer sucesso quando freiras carmelitas, que buscaram asilo na cidade francesa de Nancy durante a revolução francesa em 1792, começaram a fazer macarons e vendê-los para se manter. Nesta fase os macarons ainda não eram recheados – simplesmente  biscoitos de amêndoa – leves e areados.

       Somente a partir dos 1900s, uma loja de doces em Paris começou a rechear com ganache essas doçuras e compor em pares essas belezinhas, como sanduíches. Hoje, os macarons são coloridos e as possibilidades de recheio são ilimitadas. Levíssimos, eles  são um pedacinho de céu na sua boca – e nada melhor para começar a primavera do que uma mordida de felicidade em uma dessas gostosuras.

 

      Esses aqui são a versão tradicional dos macarons da Maria Fumaça – cookies de amêndoa com recheio de ganache trufado. Mas já que primavera é a época de aventura e novas descobertas,  a Maria Fumaça foi em busca de outros sabores leves e que dão uma cara primaveril e brasileira ao nossos amigos europeus: macarons de castanhas do Pará e água de rosas, recheados de curd de frutas como maracujá, cupuaçu, limão siciliano, framboesa  e tudo o mais de gostoso que a primavera pode trazer em sabores. Mas atenção: o ministério da cozinha adverte – os macarons são incrivelmente viciantes. Mas neste caso, um doce vício!

      Pro nosso vídeo escolhi uma música com um swing de primavera – com certeza vai te fazer rebolar aí do outro lado. No balanço ondulante e alto astral de India.Arie – uma americana com um vozeirão suave e aveludado – como a brisa da primavera.

       Desfrutem e até semana que vem!

 

27.11.11

Vem chegando o Natal!

     Esse mês que antecede o Natal é minha época favorita do ano. Eu adoro escutar as clássicas canções de Natal que são regravadas a cada ano por artistas diferentes. Decorar a árvore de Natal e pendurar luzes coloridas nas janelas; escrever e enviar cartões de Natal, montar o presépio, assistir antigos filmes com histórias de Natal estão entre as atividades prediletas. Depois que os filhos vieram o Natal se tornou ainda mais divertido e enviar as cartas para o Papai Noel com a lista de presentes passa a ser prioridade. 

     Já há alguns anos temos uma tradição aqui na casa dos Borowik – assar biscotinhos e decorá-los com motivos natalinos. Usando glacê de diferentes cores, confeitos e muita criatividade, as crianças – e nós adultos – decoramos os biscoitos que depois servirão de presentes especiais para amigos e até enfeites artesanais para nossa árvore de Natal. É um momento maravilhoso para criar lembranças com sua família que vão durar para sempre.

      E tem ainda as comidas tradicionais natalinas. Só de pensar fico com água na boca. Nozes de todos os tipos, frutas secas, rabanadas, peru, castanhas portuguesas, bacalhau – hummm! Venho de família portuguesa e quando criança a fatura da mesa de Natal sempre me impressionava. Minha avó era uma cozinheira de mão cheia e não deixava nenhum espacinho vazio na mesa - ela aproveitava cada centímetro e desfilava os mais variados pratos e guloseimas.

     A Maria Fumaça vai estar fazendo várias postagens com algumas das doçuras que estaremos oferecendo neste Natal de 2011. A primeira delas é a Árvore de Brownie –brownie clássico – com chocolate meio-amargo e uma porção extra de nozes – decorado com chocolate e confeitos que lembram uma árvore de Natal e embalado em uma caixa ou lata para presente. Criatividade, bom gosto e sabor em um só presente.


    Para acompanhar nossa árvore temos um vídeo bem humorado. Há uns três anos atrás dois amigos me apresentaram um grupo do qual me tornei fã - o  “Straight no Chaser” – dez americanos que cantam “a cappella” – ou seja usando apenas suas vozes, sem o acompanhamento de nenhum instrumento.

     Originalmente o grupo foi formado na Universidade de Indiana. Eles fizeram uma apresentação amadora em 1998 e oito anos depois, um dos integrantes do grupo postou um vídeo desta apresentação na internet  para que os amigos pudessem assistir. O vídeo se tornou um sucesso absoluto, acessado mais de 13 milhões de vezes, sendo visto inclusive por um executivo da Atlantic Records que acabou por gravar o primeiro cd do grupo em 2008.  Desde então eles gravaram outros cds com um repertório que vai de canções de Natal, clássicos da música americana e hits da música contemporânea. Eles já gravaram dois CDs inteiramente dedicados a canções de Natal e esse “The Christmas  Can-Can” é uma canção que usa a melodia do tradicional can-can com letra e arranjos originais com o tema de Natal. É fantástica – não deixe de ouvir!




      Se tiver interesse em encomendar algo especial para sua ceia, jantar de confraternização, para dar de presente para amigos ou simplesmente para desfrutar dos sabores que só o Natal tem, entre em contato por e-mail ou telefone.

23.11.11

Gratidão

     Nem dá pra acreditar, mas o Natal está ao dobrar da esquina – um pouco mais de um mês e estaremos recebendo a visita do mais ilustre morador do Pólo Norte – que estará por sua vez se derretendo em pleno calor de dezembro no Rio de Janeiro. Mas por enquanto ainda estamos desfrutando de dias de temperatura agradável aqui na Cidade Maravilhosa. Esse final de semana as crianças se despedem do ano letivo e recebem as férias de braços abertos e daqui a pouco o verão chega pra ficar. 

     Mesmo correndo o risco de estar usando um “clichezão” eu tenho que dizer: esse ano de 2011 passou voando! Não sei exatamente porque tenho essa sensação tão nítida de que o tempo está passando mais rapidamente do que antes, mas esse sentimento me dá cada vez mais convicção de que cada momento é especial e único e deve ser vivido intensamente. “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã porque se você parar pra pensar na verdade não há” – Grande Renato Russo, saudades sempre!

     E falando em momentos especiais, amanhã é o “Thanksgiving Day” – ou Dia de Ação de Graças. É um feriado nacional nos EUA e Canadá (embora seja celebrado no Canadá em Outubro). Quando famílias inglesas desembarcaram nos EUA em 1820 fugindo da perseguição religiosa na Europa, elas passaram por momentos difíceis. Uma terra estranha, um inverno rigoroso e conseqüentemente colheitas ruins foram alguns dos obstáculos que enfrentaram.  Passado um ano de muitas lutas e trabalho árduo, eles puderam comemorar a boa colheita de 1821 e marcaram a data com uma grande festa em suas vilas de pioneiros. Juntaram as famílias e convidaram os novos amigos – índios americanos que, por serem conhecedores do território, os ajudaram a melhorar sua produção.  Essa festa se repete até hoje na quarta quinta-feira do mês de Novembro nos EUA, quando as famílias se reúnem, os amigos se juntam ao redor de uma mesa farta e todos brindam e agradecem as coisas boas do ano que passou. Como acontecem cerca de 4 semanas antes de 25 de dezembro essas celebrações tem gostinho de Natal.

     E nós vamos celebrar com uma doçura especial – um novo cookie. Esse é o Mudslide Cookie – mudslide  em uma tradução literal seria “deslizamento” –  que retrata bem o que é esse biscoito: uma avalanche de chocolate derretido, com nozes em formato de cookie. A mistura de chocolate e nozes me fez lembrar as festas de final de ano e achei que essa seria uma receita perfeita para dar o pontapé inicial da nova série de postagens de Natal da Maria Fumaça. 
     













O próximo passo foi escolher o vídeo.  Algumas músicas passaram pela minha cabeça, mas não estava satisfeita com nenhuma.  Até que ouvi “ What a wonderful world” – clássico gravado por Louis Armstrong em 1968. Imediatamente lembrei do filme “ Bom Dia Vietnam” e do clip da canção. No clipe temos o contraste das cenas fortes e chocantes com a melodia suave e palavras cheia de esperança da música.  Comecei a viajar, refletindo em vários momentos desse ano de 2011.  No decorrer desse ano aconteceu de tudo um pouco: alegrias, momentos de tensão e dor, coisas engraçadas e inesperadas - tudo isso parte do cenário único da minha vida.  E pensei sobre como essa canção reflete tão bem uma realidade imutável: ninguém vive em um mar-de-rosas  contante ou num permanente inferno astral. Tudo nessa vida passa: as alegrias e momentos felizes, mas também as dores, dificuldades e desapontamentos. Esses pensamentos encheram meu coração de gratidão por tudo o que passei nesse ano e vi que, na hora de “fechar as contas”, o balanço é pra lá de positivo e estou encerrando 2011 “no azul”.





     O vídeo de hoje vai ser uma versão de “What a wonderful world” na voz de Matt Cusson, um jovem cantor e compositor americano de R&B e jazz que por sinal e fanzoca da musica brasileira – mais especificamente de Djavan. E uma versão descontraída, somente Matt e piano, e que revela toda a grandiosidade e o sentimento de esperança escondidos na letra da canção.

     Happy Thanksgiving!